AUSÊNCIA DE AFETO FAMILIAR: QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS
Relações familiares conturbadas, que causam insatisfação, podem ser fruto da falta de afeto. Mães que se sentem solitárias, pais tristes e filhos que não se sentem reconhecidos e amados. Esses problemas causam tanta angústia que podem acarretar em doenças psíquicas mais graves, como a depressão.
O afeto é um sentimento de carinho por alguém, que se manifesta de várias maneiras, como amizades, namoros e relações familiares. Para a psicologia, a afetividade é a capacidade do ser humano de experimentar tendências, emoções, paixões e sentimentos. É através do afeto que revelamos os nossos sentimentos e criamos laços de convivência.
São através de atitudes que o afeto se revela. Em uma relação ou interação humana, existem várias atitudes que precisam acontecer para que o relacionamento evolua e se mantenha.
Afeto no cotidiano e na família
Em todas as nossas relações sociais, sabemos que algum comportamento é esperado na nossa pessoa. Isso acontece no trabalho, em grupos de convívio social e, mais ainda, dentro da família. Fomos ensinados a esperar determinadas atitudes de uma mãe, pai, marido, filho, etc.
E o comportamento esperado da família está dentro da relação de afeto. Culturalmente, e influenciados por filmes, livros e convívio com outras pessoas, esperamos da família o cuidado, preocupação, carinho (em forma de abraços, beijos) e atenção.
O problema é que, por já saber o que é esperado da sociedade, algumas pessoas simplesmente desempenham o seu papel sem verdadeiramente sentir o significado daquela ação. Existe um fingimento de carinho e preocupação, quando na verdade, ele de fato não existe. Assim, responde-se à expectativa social, mas, no entanto, não se atinge os verdadeiros resultados do afeto.
Outra situação é quando nem o fingimento existe mais. Filhos que abandonam seus pais, pais que não procuram os filhos, irmãos que não se falam. Não existe nem mais o afeto e nem a tentativa de exercer o papel social dentro da família.
Essa quebra nas relações familiares pode acontecer por diversos motivos. Pode ter sido uma situação pontual e grave, que a partir daí não foi mais possível manter o afeto e o convívio saudável. Ou pode ser o acúmulo de diversos desagrados que, ao longo dos anos, desgastaram a relação familiar e o vínculo afetivo. Geralmente, em situações assim, percebe-se mágoa, decepções, traições, ofensas e desrespeitos.
A falta de afeto
Quando não há afeto na relação familiar, é possível que o indivíduo sinta-se solitário e abandonado. E isso pode ser apenas uma breve sensação ou se estender a um problema mais grave, como a depressão, que é comum acometer os familiares que mais sofrem com a falta do afeto.
Inclusive, quando acontecido na infância, a falta de afeto pode deixar marcas para o resto da vida. As alterações podem acontecer no sistema cognitivo atrapalhando o seu desenvolvimento. Isso acontece, pois a criança que tem seu afeto negligenciado é obrigada a passar por situações de stress, e como ela ainda não está preparada para lidar com isso, seu desenvolvimento é alterado.
A psicoterapia é uma boa maneira para lidar com esse problema. Apesar de algumas consequências serem irreversíveis, existe a possibilidade de o indivíduo aprender a lidar melhor com isso. Com o tratamento é possível identificar o que causa a falta de afeto para, se possível, o vínculo afetivo ser restabelecido. Ou então, ajudar o paciente a viver com essa falta de forma positiva, sem que isso continue a prejudicá-lo.
Fonte: https://www.psicologoeterapia.com.br/psicologia-infantil/ausencia-de-afeto/